terça-feira, 31 de maio de 2011

Dependência Química



Quando te conheci
Foi difícil de me acostumar
O que você me fez
Mudou até meu jeito de pensar
Você encontrou em mim
O seu destino, sua direção
E a salvação pra mim
Foi ter você comigo, em minhas mãos
Todas as noites
Eu não consigo dormir sem você
E todos os dias
Não vejo a hora de te rever

Eu sinto tanto a sua falta
Mas eu não quero mais você
Sinto a dor de não te ter
Mas vejo um mundo
Eu vejo um mundo melhor sem você


Parece que você me faz bem
Mas você faz parte de um esquema
Você me ilude com alienações
E eu continuo com os meus problemas
Você alimenta filhos que eu nem sei
Comete crimes, mas anda na lei
Mas acostumei a viver com você
Me libertar agora eu não sei

terça-feira, 24 de maio de 2011

Fora do jardim...


Certo dia numa discussão pelo facebook rolou um atrito. Alguém defendia o uso da maconha com o texto bíblico de Gênesis 1:12, a parte final do verso (E viu Deus que isso era bom) referindo-se a criação. Tentei explicar que “teologicamente” o texto não servia para defender o uso da maconha.

Meu argumento foi o seguinte: Depois da queda do homem, tanto no homem, como toda na natureza, houve uma mudança para pior. O “tudo era bom” que Deus vê em Gênesis 1:12 não pertence mais ao mundo em que vivemos, ficou lá no Jardim do Éden (capítulo 3 de Gênesis). Logo, a maconha e qualquer outra planta que conhecemos fora do jardim não estão incluídas no “perfeito” de Deus que “era” bom no Éden.

Sem ressentimentos ao colega da discussão, mas creio que na questão da legalização da maconha realmente há um problema que vai além dos temas teológicos e concepção das leis humanas. Imagine se a maconha fosse legalizada, como seria isso? Encontraríamos o produto nas prateleiras dos hiper-mercados com certeza. Surgiria uma indústria, abriria oportunidades de emprego, tiraria a maconha do seu estado marginal, provavelmente acabaria com o tráfico. Talvez mais pessoas usariam, mas de forma mais civilizada.

O cigarro e a bebida fazem muito mais vítimas que a maconha. A morte por cigarro e bebida são a curto prazo no caso dos acidentes envolvendo pessoas alcoolizadas e overdoses, e a longo prazo por doenças causadas. Já os que morrem por causa da maconha, a maioria é pelo tráfico e uma parte bem menor pelo uso da mesma. Se não houvesse a dependência, seria crime ou pecado? E quem usa apenas “socialmente”, pode? O primeiro milagre de Jesus foi fazer aparecer vinho, e vinho do bom... Contextualizando isso, o que podemos entender?

Voltando a discussão, concordo em vários pontos com o colega sobre os direitos de uso, mas discordo o uso do texto de Gênesis 1:12 para defender teologicamente como já expliquei no segundo parágrafo. Entendo que se o cigarro e a bebida alcoólica são liberados por lei, por que a maconha também não pode ser? Quem quiser usar, que use. Tudo nos é lícito, nem tudo convém a todos. Estamos fora do Jardim, respeito é a única Lei. E você, o que acha?