quarta-feira, 30 de março de 2016

o piano e o tambor


Uma nota branca, europeia
Embrião na Idade Média
Padrão, inquisição, patrão
Cartesiana, sem swingue então

Partitura é parte dura
Ordenada por batuta
Escravizando os sons
Manipulando os dons

Disseram “música divina”
Criaram inferno na esquina
No centro só a perfeição
No templo controle e devoção

Que dizer então da liberdade?
Com muitas mentiras sou verdade?
Qual a diferença entre som e timbre?
Vêm de dentro e fora e no tempo imprimem

De um lado o piano, e do outro o tambor
Tantos sentimentos, desde o ódio ao amor
Padrão no papel, mas vibrando ao vento
Alma musical de tormento e alento

Música que sente, música que mente
Música que entende, música coerente
Trilha sonora da vida, trilha na selva perdida
Caminho perdido sem guia
Procurando sempre o tom maior

Menor não existe, é relativo
Música fabricada é igual na pauta
Mas feito a mão nada é igual, nem flauta
Improvisação sem saber o tom
Ou imposição de modos gregos?
Controle completo nos dedos
Ou disritimia no coração?

O que é a música?
É a arte de espressar os sentimentos
Através da combinações de sons?
Ou é apenas sentimento e linguagem
Necessidade de comunicação?
O que é a música?
Som sim, som não
Som sim, som não