Uma das coisas que me incomodam demais
é quando vejo algo que parece, mas não é. Com o tempo ficamos mais aguçados,
então é fácil perceber quando algumas coisas que parecem algo, na verdade não
são. Muito me aborrecem situações em que alguém que se diz cristão, mas nas
suas atitudes mostra algo diferente. Então encontramos um paradoxo, pois o
sujeito diz uma coisa, mas vive outra coisa. Pior ainda quando ele não percebe
que isso está acontecendo.
Conheço alguns educadores que são
cristãos e dedicam suas vidas a formação de uma geração de crianças que nasceu
de certa forma “estragada”. Então quando penso em educação, e ligo ao fator
cristão, vejo uma série de questionamentos que nos cabem muito bem em épocas de
campanha eleitoral. Quando vejo esses dois modelos (educador e cristão), mesclados
na mesma pessoa, imagino como são dentro da sala de aula com os alunos
(considerando o que sugeri sobre aquilo que parece, mas não é). Eles podem
enganar a muitos porque possuem um cargo, mas nem sempre são modelos de bom
exemplo para as crianças.
O sistema educacional tem passado por
metamorfoses bizarras que certamente deixará muitos frutos. Se bons ou maus,
depende de muitos aspectos. Eu gostaria de expressar neste artigo a minha insatisfação
com nosso sistema de governo. Aproveitando que estamos às vésperas de eleições,
peço gentilmente que votem com o coração. Não tenho candidato algum para
sugerir. Não sei nem ao menos em quem votarei, ou se votarei. Mas fico muito
atento ao que se fala sobre projetos de educação, pois é uma área que muito me
interessa.
Como já mencionei, tenho alguns amigos
e colegas que lecionam, e o que sei por eles é muito triste. Só não é mais
triste do que o que vejo com meus próprios olhos durante meu estágio como aluno
de licenciatura do Curso de História. Infelizmente a solução mais prática é
substituir as graduações por cursos técnicos, pois nossos governantes não
querem livres pensadores, já que pensam e decidem por nós. Querem apenas mão de
obra.
Nada contra o ensino
profissionalizante, mas o “saber pensar” está sendo encaixotado e qualquer
tarefa está programada no “automático”. O saber pensar exige leitura,
interpretação e crítica, e no dia em que as crianças aprenderem isso nas
escolas é que começaremos caminhar na direção certa. Não existe proposta de
governo que faça sentido se não houver investimento em ensino de qualidade.
Claro que precisamos de muitas coisas aparentemente mais imediatas como
alimentação, saúde, moradia e segurança, por exemplo. Mas enquanto as crianças
iniciarem os estudos sem terem aprendido em casa o que é respeito, e concluírem
o Ensino Médio semianalfabetos, não haverá mudança.
A escola é o “microcosmo” da
sociedade. É nela que podemos perceber que tipo de sociedade está se formando.
Pensando nisso, imagine que tipo de sociedade teremos em algumas décadas.
Tarefa difícil aos educadores. Quanto aos educadores cristãos, mais difícil
ainda. É preciso entender que o problema é muito mais sério do que parece, e
nesse momento, ser um bom cristão fará toda a diferença. Pois num primeiro
instante as aparências até que enganam, mas o tempo sempre mostra a verdade. E
a mudança de uma sociedade não começa no coletivo, e sim no individual
consciente.