sábado, 13 de abril de 2013

Qual é a sua dor?


          Se há algo que ninguém gosta naturalmente de sentir é dor. Sabe quando você sente aquela dor de dente ou de cabeça? Bom, pense em outro tipo de dor agora, algo que não tem relação com seu corpo, uma dor na alma, uma angústia no coração.
          Sabe quando você acorda e não tem vontade de se levantar, então pensa “lá vem mais um dia...”. Você busca forças onde não há mais esperança e chega a conclusão de que deve desistir de algo, deixar algumas coisas para trás, seguir outro rumo, afinal, sua dor é a maior do mundo e ninguém sabe o que você está passando, só você.
          O nosso problema é sempre o maior, ninguém nos entende, pois não estão na nossa pele. Mas vamos fazer um exercício de inverter as coisas agora. Imaginemos por um instante que podemos trocar de lugar com outra pessoa. Faremos que ela sinta o que nós sentimos, mas também sentiremos a dor dela. Pronto? Vamos tentar? Mas sente-se, talvez não seja uma experiência agradável.
          Imaginemos alguém que não tem casa, não tem onde dormir, nem o que comer, apenas algumas roupas velhas para vestir e nem sequer tem um desodorante pra disfarçar o mal cheiro pela falta de banho. Agora imagine alguém que não tem família, não tem ninguém pra conversar, está rodeado de pessoas na escola ou no trabalho, e até mesmo em casa, mas é como se fosse invisível, ninguém o percebe, ninguém se importa. E por último, imagine um idoso que foi abandonado pelos filhos, e vive agora pelos cantos em uma casa de repouso qualquer, ao lado de um orfanato onde crianças e adolescentes aguardam todos os dias que alguém apareça para lhes dar um lar, ou simplesmente fazer uma visita.
          Escolha qualquer um dos exemplos citados e troque de lugar com ele. Tente sentir a dor que eles sentem. Muitos deles se alimentam de uma esperança por algo que talvez nunca chegue. Porque essa esperança somos nós. Mas nós estamos muito ocupados com nosso cotidiano, pois temos que acordar cedo pra ir trabalhar enquanto muitos não tem emprego, estamos de saco cheio porque temos que fazer compras enquanto muitos não têm o que comer, ou estamos preocupados com a organização da festa de aniversário de algum parente enquanto muitos nem se lembram mais da data em que nasceram.
          Pois é, essa é a dor do mundo. Você a sente? Ou sente apenas a sua dor? Há uma virtude chamada “misericórdia” que muitos cristãos não sabem o que é. Dar uma oferta na igreja ou contribuir com alimentos parece ser o bastante, mas quem de nós já sentiu a dor do outro? Será que conseguimos perceber que há outra dor além da nossa que nós fingimos não ver? Por que se os olhos não veem o coração não sente...
          Enquanto sentirmos apenas a nossa dor, não estamos preparados para sermos cristãos, pois seguir o exemplo de Cristo implica em se compadecer pelo próximo. Será que temos amado nosso próximo como a nós mesmos? Sentimos a dor dele? Estamos fazendo algo para que essa dor seja amenizada? Fica aqui essa reflexão: se sentimos apenas a nossa dor, e não a dor do mundo, está na hora de revermos nossos principais conceitos de amor pela vida, não apenas pela nossa, mas também pela vida do próximo, afinal esse é o segundo mandamento, lembra?


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Eu acredito no paraíso


É como um jardim fechado
Talvez como um jardim da Pérsia
Na terra ou então celeste
Quem sabe o jardim do éden

É o terceiro céu, talvez  sabor de mel
Pra quem fez boas obras, ou pra quem é fiel
Qualquer religião, judeu, cristão, pagão
Quem sabe é utopia, quem sabe é razão

Eu acredito no paraíso, eu acredito

Talvez seja a paz na terra
Um mundo livre sem mais guerras
A evolução de toda era
Em uma parte ou em toda esfera

É pra o ladrão da cruz, na morte viu a luz
É pra quem acredita num mundo bem melhor
Se é físico, real, se é imaginação
Estado de espírito, está na palma da mão

Eu acredito no paraíso, eu acredito

Transcendental, orgástico, celestial, cósmico!


(letra e música composta em 2011)