segunda-feira, 28 de outubro de 2013

É mais que falar, é agir

Há um texto na Bíblia muito conhecido, mas que geralmente não é entendido em sua totalidade. Lemos poeticamente em Eclesiastes 3 que “(...) há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir (...)”.
O sábio Salomão em suas divagações sobre a vida refletiu sobre o tempo, e sobre o que ocorre com o passar do tempo. Geralmente não chegamos ao final da leitura deste capítulo porque queremos que o tempo não passe, ou não mude, e principalmente não se acabe. Talvez o velho Salomão esteja apenas chamando a atenção para como terminará o tempo do homem. E para isso é preciso uma reflexão sobre como temos vivido, e o que temos feito com o tempo que nos resta.
O grande conselho aqui é que “(...) não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive. (...)” O que fazemos aqui conta muito. Quando decidimos que é tempo de chorar ou de sorrir, estamos fazendo escolhas que causarão efeitos futuros, e precisamos ser maduros pra aceitar as conseqüências, e também aprendermos “provocar” conseqüências boas.
No final do capítulo Salomão conclui que “(...) não há nada melhor para o homem do que desfrutar do seu trabalho, porque esta é a sua recompensa. (...)” Em outras palavras, o que construímos em vida com nosso esforço é o que deve ser aproveitado. Há um assunto escatológico que nos rouba esse tipo de meditação. Pensar no final dos tempos de maneira generalizada, arrebatamento da Igreja, julgamento final, todas essas coisas não podem ser mais importantes do que o momento presente.
É um pensamento completamente egoísta desejarmos que Jesus volte pra levar a Igreja embora deste mundo, pois o que essa ideologia nos mostra é que o cristão deseja “fugir” da realidade em que vivemos, mas o que virá depois da morte não nos cabe saber, só nos cabe que nos preparemos “vivendo felizes e praticando o bem” agora. E como fazemos isso? Seguindo os ensinamentos de Jesus.
O amor é a lei maior que deve reger nosso viver. Se chorarmos ou rirmos, que seja por amor; se prosseguirmos ou desistirmos, que seja por amor; se construirmos ou destruirmos, que seja por amor; se concordarmos ou discordarmos, que seja por amor. Quando houver dúvida sobre questões éticas, façamos como Jesus fez: pela lei, a prostituta deveria ser apedrejada, mas pelo amor ela foi perdoada (João 8:1-11). E que assim seja nossa vida hoje, é tempo de ser como Jesus.
São Francisco de Assis nos diz a respeito do que é ser um verdadeiro imitador de Cristo no sentido comportamental e orienta: “pregue o evangelho todo tempo, se for necessário, use palavras.” Ou seja, não é falar demasiadamente, mas agir, ter atitudes, provocar reações. E isso acontece aqui e agora, não apenas dentro de um grupo, mas no cotidiano da nossa vida social em todos os lugares. Que tal começar já?

sábado, 26 de outubro de 2013

“Sigam-me os bons”


            Quem é bom atrai seguidores. Seja por bom exemplo, convencimento, persuasão, obrigação ou dissimulação. Há inúmeros motivos que levam um grupo de pessoas a seguir alguém, e nem sempre aquele que é seguido é a melhor opção.
            Há algumas semanas vimos nas mídias que as manifestações pacíficas nas ruas tinham também um caráter agressivo e cheio de segundas intenções, fossem elas políticas ou ideológicas. Vimos também a figura do Papa visitando o Brasil quebrando alguns paradigmas católicos, aparentemente pra melhor. Mais recentemente vimos num programa de tevê um renomado pastor evangélico defendo a posição da Igreja dentro de um Estado laico.
            Tantas coisas acontecendo e eu me pergunto qual desses exemplos é o melhor. Talvez o melhor para um não seja o melhor para outro, então devemos pensar no significado do que é respeito. Um dos grandes dilemas da humanidade é reconhecer até onde vai o direito de cada um, por isso criamos leis.
            Pessoas boas querem seguir pessoas boas, mas muitas vezes não temos noção do que é bom. Porém, há algo em que devemos ter a mesma posição, e é referente a fazer o bem ao próximo. Não precisamos cantar a mesma música, nem usar a mesma roupa, tampouco praticar a mesma religião, mas precisamos desejar o que é bom.
            Tornar o mundo num lugar melhor para os nossos filhos não é o bastante. Precisamos criar filhos que sejam melhores que nós para o mundo. Pensamos tanto em arrebatamento da Igreja, bom, nem todos pensam, e adiamos decisões que precisamos tomar hoje, ou que deveríamos ter tomado ontem. Debatemos sobre temas como a santidade de Deus, nos tornamos militantes ferrenhos no facebook e nos perdemos em meio a tantos caminhos que mal conhecemos.
            Não sabemos se os que estão a nossa volta são adversários ou aliados, mas basta olhar a causa de cada um e saberemos. “Quem não é contra nós, é por nós”, disse Jesus em Marcos 9:40 (ler do verso 38 ao 40). Passamos muito tempo lutando entre nós, deveríamos nos unir em prol de algo maior, mais nobre, mais humano, divino.
            O quanto eu sou bom para que as pessoas sigam a mim em lugar de outro? O quanto sou bom pra admitir que sou eu quem deve seguir em lugar de ser seguido? Os bons seguem os bons. Se alguém segue verdadeiramente a Jesus, então esse evangelho é de confiança, e é esse cristianismo que devemos seguir.