segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Diante dos nossos olhos


Desde criança eu assistia um desenho animado de carros que se transformavam em robôs, e até onde lembro foi uma das primeiras coisas que desenhei antes mesmo de aprender a escrever. Recentemente estreou nos cinemas o filme “Transformers 4 – A Era da Extinção”, do diretor Michael Bay. Desde o primeiro filme desta franquia eu fiquei muito satisfeito em ver algo da minha infância parecer tão real na tela de cinema. Esse novo filme ultrapassou neste final de semana a marca de 1 bilhão de dólares em todo o mundo e agora está entre os 19 filmes produzidos que já conseguiram essa arrecadação.
Na trama do filme destaca-se um Camaro amarelo, veículo da Chevrolet, que é um robô alienígena que se transforma no carro. Mas diante dos nossos olhos, não vemos que esse carro custa a exorbitante quantia de 150 mil reais, usado. O dono de um carro desses passeia sem perceber que abaixo de um viaduto por onde transita, vivem pessoas que não possuem carro, nem casa, mendigam cada dia por trocados que usarão pra consumir drogas, e se alimentam de restos de comida no lixo.
Há poucos dias assisti a um vídeo no facebook e refleti sobre algo inevitável. No vídeo, gravado num celular por uma pessoa comum a caminho do trabalho ou de casa, aparece uma multidão cantando “(...) à Ele a Glória, à Ele a Glória, à Ele a Glória pra sempre amém.” Isso aconteceu na Estação de Metrô na República, onde há um piano a disposição de quem quiser tocar. Então pensei no que faz uma pessoa aproveitar uma oportunidade dessas, e começar a cantar e tocar, até que se junta uma multidão louvando a Deus através da canção, por amor. Mas diante dos nossos olhos, não vemos que geralmente são artistas que não tocam por um cachê inferior a 20 mil reais.
Ainda esses dias li sobre a inauguração da réplica do templo de Salomão e analisando as condições necessárias para entrar no templo pensei no absurdo dessa situação. O templo custou cerca de 685 milhões de reais e comporta 10 mil pessoas. O bispo responsável e fundador da igreja proprietária do templo tem uma fortuna pessoal estimada em 1 bilhão de dólares, segundo a revista americana Forbes. O que me incomodou mais foi a falta de sentido que há nessa obra. Que eu me lembre, “(...) Deus não habita em templos feitos por mãos de homens, (...)” (Atos 17.24), aprendi assim e está escrito. Mas diante dos nossos olhos, não vemos que tanto dinheiro é investido em coisas, e o que sobra para investir em pessoas?
Diante dos nossos olhos nos é apresentado um mundo que nem sempre é real. Imagine a pintura de uma árvore. Imaginou? Se alguém lhe perguntar o que é, talvez você responda que é uma árvore. Mas na verdade é apenas a representação de uma árvore. Uma árvore de verdade pode oferecer sombra e frutas, mas uma representação não. Assim são muitas coisas que vemos.
No mundo real que eu vejo, o camaro amarelo não é um robô alienígena, e muita gente nunca vai ter dinheiro pra comprar um. A adoração verdadeira é espontânea e não pode ser cobrada, uma coisa é adoração, outra coisa é ser artista profissional. Talvez seja possível ser adorador e ser artista, mas cada função deve estar no seu devido lugar. Um lindo templo pode ser a réplica perfeita descrita na Bíblia, mas depois que o Verbo se tornou carne e habitou entre nós, nossa vida tornou-se a casa de Deus, o que torna a reconstrução do templo de Salomão completamente desnecessária. É muito fácil nos perdermos e geralmente nos confundimos entre o que é real e o que é uma representação do real. A grande questão é que há o real e há o que parece real, e precisamos saber diferenciar essas coisas para que vivamos uma vida verdadeira. Agora olhe bem e tente realmente ver o que está diante dos seus olhos...
Fontes: Preço do Camaro em mercadolivre.com.br; Informações sobre o filme Transformers em omelete.uol.com.br; Vídeo de louvor na Estação de Metrô República em youtube.com; lista de cachê dos artistas na Revista Veja em 2009 e pavablog.com; Informações sobre a réplica do templo de Salomão em veja.sp.abril.com.br.


domingo, 3 de agosto de 2014

O novo templo de "Salomão"

O novo templo de Salomão é um lugar de adquirir riquezas (pra alguns, enquanto outros pagam). Se essa onda de reconstruir o Antigo Testamento pegar, o que mais virá? Arca de Noé? Éden? Que tal os altares de pedra pra sacrificar animais? Eu não sei bem dizer o que é isso, mas "evangelho" com certeza não é...