Geralmente escrevo sobre assuntos que causam alguma polêmica, mas neste artigo decidi compartilhar com vocês um pouco do que tem acontecido na minha vida nos últimos meses. Não sei se todos sabem, mas sou estudante de História cursando atualmente o último ano.
Quando entrei na faculdade no início
de 2012 conheci minha esposa. Já no primeiro dia de aula foi amor a primeira
vista. Seis meses depois fiquei noivo da Aninha, e em janeiro de 2013 nos
casamos. A partir de 17 de janeiro de 2014 era a data prevista para nascer
nossa filha (a data natural seria início de fevereiro), mas na manhã de Natal,
dia 25 de dezembro de 2013 acordei com minha esposa dizendo “a bolsa estourou”.
Foi uma dificuldade para irmos ao
hospital que era longe, onde tudo já estava reservado. No meio da correria um
amigo da faculdade que mora perto de nós, prontamente atendeu nosso chamado e
nos levou para que Pietra viesse ao mundo prematuramente um mês antes do
previsto.
Durante os 32 dias que ficamos na UTI
neonatal acompanhando o desenvolvimento da nossa filha, muitas coisas
aconteceram. Uma das coisas que me marcou foi ver outras crianças tendo alta,
enquanto a gente ficava lá sem previsão. Acompanhamos bem de perto o drama de
algumas famílias que perderam seus filhos naquele lugar.
Cada dia que chegávamos e havia uma
incubadora vazia não sabíamos se ficávamos felizes por uma possível alta, ou se
chorávamos por mais um recém-nascido que não havia sobrevivido. Tentei me
mostrar forte desde o início, precisava confortar minha esposa todos os dias,
mas houve um dia que eu não aguentei, foi logo no início. O dia em que me
disseram que minha esposa estava liberada pra ir pra casa, mas minha filha não.
Enquanto eu guardava as roupas na mala
eu refletia, cada roupinha da Pietra que esperávamos vestir nela e em seguida
vir embora, eu tive que guardar. Nessa hora minha esperança quase morreu e eu
pensei “Deus, está em suas mãos”. Lembrei que algo semelhante havia acontecido
comigo, quando nasci também fiquei na UTI, mas nunca imaginei que minha filha
passaria por isso.
Mas milagre não explica, se vive. Depois
de 32 dias a Pietra finalmente foi liberada e nosso desafio era voltar pra
faculdade e cuidar dela ao mesmo tempo. Meus pais e minha sogra nos ajudaram
muito nesse período e posso dizer que mesmo com toda dificuldade, com tanta
gente desacreditando, fechamos o semestre com notas excelentes.
Quero deixar registrado aqui um
agradecimento a todos que oraram e torceram por nós, aos amigos, parentes,
irmãos, pastores, não tenho como colocar todos os nomes aqui, mas quero citar
em especial o amigo Wilson que passou o dia de Natal conosco no hospital e
passou suas férias de janeiro nos levando e trazendo quase todos os dias de
visita a Pietra, e também ao tio Marcos que também foi nosso motorista por um
tempo. Obrigado a todos, e principalmente a Deus, pois é Ele quem nos dá a
vida, e nos deu a Pietra, nosso melhor presente de Natal!
Desejo construir um mundo melhor para
minha filha, mas sei que minha parte nisso é ensiná-la a ser a parte melhor
nesse mundo em crise. Que todos os pais tenham essa consciência de que não
criamos filhos para nós mesmos, mas os criamos para que futuramente eles
escrevam suas próprias histórias. E que nessas histórias não falte aventura, amor,
compaixão, e fé em Deus.
Quer conhecer a Pietra? Veja os videos abaixo:
Quer conhecer a Pietra? Veja os videos abaixo: