sábado, 13 de agosto de 2016

segunda-feira, 18 de julho de 2016

certezas

"É interessante perceber a cada dia que até mesmo cada renúncia apenas nos leva a provar principalmente a nós mesmos quem realmente somos."

terça-feira, 31 de maio de 2016

Labuta


Na vastidão do campo
Ou na periferia da cidade
São tantos que ainda criança
E outros de idade
No geral compartilham crenças
Com algum respeito as diferenças
Há quem cure doenças
Há quem aplique sentenças
São juízes, advogados,
Comerciantes e abastados
Do outro lado pobres desesperados
Trabalhadores desempregados
Há quem nasceu em berço de ouro
Veste linho fino e couro
E há quem vive de brechó
Aluguel e crediário, que dó
Na essência são iguais
Não são deuses
São todos meros mortais
Mas há quem se vê como superior
Acreditando que são mais
Mais humanos, mais cheirosos
Mais espertos, mais despertos
E que os outros são objetos
São dejetos que protestam
Que há uma nítida separação
Entre os que são e os que tem
E é diferente quando se nasce
Com oportunidade ou sem
Mas há algo que não se pode mudar
É algo que vem de dentro
Pode chamar de dom, carisma
Caráter, habilidade ou talento
Tem gente que é bom de bola
Tem gente que é bom de escola
Há quem compre e há quem vende
Mas só o operário entende
Que no campo o na cidade
Seu lugar é no batente

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Amplificação


Sinto o peso nas costas
Falta o ar nos meus pulmões
Não vou olhar pra trás
Sinto pedras debaixo dos pés

Vejo todos em volta
Ouço muito do nada que dizem
E se fecho os olhos
Só amplifico toda a sensação

Às vezes quero desligar o mundo
Mas o tempo não deixa
Às vezes quero desistir de tudo
Mas o amor não me deixa

Quero entender o futuro
Mas a previsão não me deixa
Quero resistir a tudo
Eu consigo, mas não me deixa

Olho pra ela e vejo o melhor de nós
Será que pra ela deixaremos um mundo melhor?
Melhor que nossa infância sem celular?
Melhor que nossa crença de alienar?
Melhor que nossa herança de aprisionar?
Melhor que nosso vício de dissimular?

Sinto o peso nas costas...

quinta-feira, 5 de maio de 2016

O rebelde, o revolucionário, e a liberdade


Todo mundo já lutou ao menos uma vez
Pra ser livre de um lugar ou de algo que fez
Umas lutas são sangrentas, outras são as escondidas
Mas se não são pra libertar, são pra aprisionar

Liberdade é um conceito, nem sempre bem aplicado
Há quem diga eu é patrão, mas não vê que é empregado
É um sistema vicioso, injusto, sujo, tendencioso
Para muitos a vergonha, para outros, orgulhoso

E é no meio desse caos que eu não sei quem sou
Sou um revolucionário, quero a ordem do amor
Ou sou apenas um rebelde com causas tão pequenas
Qual dos dois que eu sou? Quero liberdade apenas

Revolução em nome da justiça
Rebelião contra minha própria cobiça
Libertação de um compromisso que não é meu
Sair da prisão, como iguais, você e eu

O revolucionário é herói de padrões elevados dos demais
O rebelde é livre e capaz, luta por algum centavo a mais
Qual dos dois que eu sou? Posso ser os dois
Como vão me chamar? Sou algum dos dois

Hoje sou rebelde, mas amanhã provocarei uma revolução
Sou livre para isso, não trairei minha mente e coração
Mas se já há uma revolução, e nela eu luto e insisto
Mesmo mal visto, evoluí, eu acredito

domingo, 17 de abril de 2016

o direito

É preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza, e o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza.
Mantoan

Golpe?


Eu fico aqui doido pra comentar algumas postagens, mas sei que discutir com gente que tem opinião formada só vai me causar desgaste e nesse momento não tenho tempo pra esse tipo de coisa. Mas queria deixar aqui um breve depoimento a respeito do que tenho visto nas postagens de alguns amigos.
1. Postar opiniões fundamentadas em reportagens ultrapassadas só mostra o quanto a pessoa está desatualizada em matéria de informação.
2. Ser agressivo e ignorante como se fosse o dono da verdade só mostra o quanto a pessoa é frágil pra encarar uma discussão fundamentada.
3. Ser gentil, indiretamente se reportando a alguns que pensam igual a si próprio, mostra muito mais a vontade de se fechar num grupo do que se abrir pra o diálogo com ideias diferentes.
4. Defender direita ou esquerda, esse candidato ou aquele, não vai mudar o Brasil, nem mesmo desejar que a polícia prenda todo mundo significa que vai ter uma nova ditadura, e nem que isso será bom.
5. Sair as ruas e lutar por seus direitos é um ato tão legítimo quanto fazer greve e votar.
6. Socialismo e Comunismo não são necessariamente a mesma coisa, assim como a crítica ao capitalismo precisa ser mais objetiva.
7. Nem todos os países que passaram por situações semelhantes as que estamos passando tiveram desfecho melhor ou pior, nem igual.
8. Terceiro Mundo é subordinado ao Primeiro Mundo. Quem é o Segundo Mundo?
Nosso problema é com a incoerência de nossas ideias. O processo político que temos não pode ser levado a base de previsões. Antes da crítica e até mesmo de qualquer ato ou conclusão, sugiro a leitura de dois livros sobre a história do Brasil. Talvez depois de lê-los e comparar com alguns eventos mais atuais você mude algumas de suas opiniões. “História do Brasil” de Boris Fausto, e “A Formação do povo brasileiro” de Darcy Ribeiro. Estarei muito a fim de discutir política com quem tenha lido ao menos um desses livros, no mais, abs.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

quarta-feira, 30 de março de 2016

o piano e o tambor


Uma nota branca, europeia
Embrião na Idade Média
Padrão, inquisição, patrão
Cartesiana, sem swingue então

Partitura é parte dura
Ordenada por batuta
Escravizando os sons
Manipulando os dons

Disseram “música divina”
Criaram inferno na esquina
No centro só a perfeição
No templo controle e devoção

Que dizer então da liberdade?
Com muitas mentiras sou verdade?
Qual a diferença entre som e timbre?
Vêm de dentro e fora e no tempo imprimem

De um lado o piano, e do outro o tambor
Tantos sentimentos, desde o ódio ao amor
Padrão no papel, mas vibrando ao vento
Alma musical de tormento e alento

Música que sente, música que mente
Música que entende, música coerente
Trilha sonora da vida, trilha na selva perdida
Caminho perdido sem guia
Procurando sempre o tom maior

Menor não existe, é relativo
Música fabricada é igual na pauta
Mas feito a mão nada é igual, nem flauta
Improvisação sem saber o tom
Ou imposição de modos gregos?
Controle completo nos dedos
Ou disritimia no coração?

O que é a música?
É a arte de espressar os sentimentos
Através da combinações de sons?
Ou é apenas sentimento e linguagem
Necessidade de comunicação?
O que é a música?
Som sim, som não
Som sim, som não