terça-feira, 20 de outubro de 2015

Utopia Poética

Minha caneta é como uma bala
Minhas frases são como rajadas
Escrevo de acordo com o que vejo
Está tudo tão violento e tenso...
Bem que eu preferia escrever que:
Minha caneta é como uma flor
Minhas frases são como um buquê
Escrevo de acordo com o que acredito
Ainda que não seja oque vejo...

domingo, 16 de agosto de 2015

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

reconstruir sempre

às vezes é preciso reconstruir para acertar, tolo é quem acredita acertar sempre na primeira sem nunca precisar reavaliar seus valores... a vida é reconstruir sempre, todo dia.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

aos coitados

Desejo aos que se sentem coitados e aos que são julgados como coitados, que toda essa "coitadice" seja transformada em respeito e oportunidade, para que através de mais igualdade todo mundo se sinta menos coitado e mais humano...

quinta-feira, 23 de julho de 2015

teoria da história


Distanciamento do objeto em questão
Luz direta pra trazer reflexão
Literária e narrativa o foco é tradição
Não posso contar história sem explicar razão

Problematizar os fatos por prazer
Analisar os relatos do viver
Aceitar que toda fonte é água a beber
Nunca saciar a sede de saber

Pré-conceito é pré-juízo e é pré-história
Escrevemos nossa própria história agora
Teoria é fundamentação sem alienação
Método é sistematizar a forma da razão

Manter a inquietação é arte, é ciência
O desequilíbrio é necessário a existência
Manter a história viva é essência, é expressão
Sentir o mundo em volta é humanização

Não sou apenas um contador, eu sinto a dor
A dor do mundo em transição é dor de parto
Dor de partir, dor de recomeçar, dor de fazer história
Há várias concepções da mesma história

História que continua nua e crua
História que esconde e não alivia as tensões
História que não segue em linha reta
História de colapso social, isso nem sempre é festa

segunda-feira, 29 de junho de 2015

à parnasiana


Eu não consigo sintetizar tudo que sinto
Numa forma métrica perfeita em decassílabo
A chave de ouro não existe pra mim
Minha rima não é rica, é da periferia sim

Eu tento ser livre e critico o social
Nunca viro as costas pra o mundo que é real
Minha poesia não tem regras, é marginal
Eu rimo humor com ironia, eu rimo bem contra o mal

A vida não é feita de poesias perfeitas
Mesmo em meio a um lixão posso ver borboletas
E escondidos na gaveta estão as meias e o amor
Mas na mesa o vazio, sem comida e sem sorriso é pavor

Como vou encerrar com este refrão?
Deslocado no tempo não valerá um cifrão
Não é arte pela arte, com papel e dupla face
Mas é arte escrita sonora, se domino, me invade

quarta-feira, 24 de junho de 2015

herege


Antes era igrejinha, mas agora abriu um bar
Doce forma de energia, ideologia pelo ar
Em todo canto há gente fina, cordialidade é má
No recinto ou na esquina, vende o corpo ou o pensar

Prostituição política e a polícia a guardar
Profissão de fé em pé e sem boné a professar
Padronização na voz e até nas cores das gravatas
Radio e televisão é pouco, entram mesmo é pelas portas

Politização da fé e nas bancadas do congresso
É o progresso e a ordem juntos rumo ao retrocesso
Liberdade não existe quando a dita é dura lei
Patriarcalismo arcaico, idade média outra vez

Não percebe quem tem cota, mas religiosidade tem cor
O racismo e o preconceito são conceitos sem amor
Pra amar tem que ter alma, e é triste esse diálogo
Mas não tem a vida eterna que tem parte com o diabo

Mas quem diabos é essa fome que mata meio mundo?
Quem diabos é essa falta de dinheiro aqui no submundo?
Quem diabos é a contradição dessa teologia excludente?
E quem diabos são esses crentes que querem ser presidente?

Antes era um cassino, mas agora é igreja
Tudo rima com cerveja, grana fácil e certeza
Aliados meus não são, nosso Deus não é o mesmo
Eles querem céu de ouro, eu só quero um travesseiro

O tal Jesus foi um bastardo e excluído pelos seus
Mas seu amor trouxe inclusão a tipos como você e eu
Essa idéia é muito sagrada pra transformar em religião
Mas foi isso que fizeram antes, e hoje continuam a tradição

Eu não sou um profissional da fé
É difícil, mas continuo aqui de pé
Dou minha cara pra bater quantas vezes precisar
Sim, sou herege até o fim, mas não cobro pra amar

sexta-feira, 29 de maio de 2015

mudanças

"as mudanças no tempo certo e para o lugar certo, com as pessoas certas, e pelos motivos certos, sempre são pra o bem"

terça-feira, 26 de maio de 2015

quem é esse cara então?


Não há lei, não há cota
Na senzala ou na roça
Chibatada nas costas
Trem lotado revolta

Jogou pedra na cruz
Beco escuro sem luz
Falta água, falta teto
Falta roupa, falta afeto

Não tem alma, é negro
Seu perfume é veneno
Seu valor é pequeno
Mas por dentro é o mesmo

Hoje é pardo, meio índio
Meio branco, nariz fino
Pés descalços no chão
Come tudo com feijão

Compaixão com amor
Companhia é a dor
Tem o nome americano
E a novela é mexicana

Quem é esse cara então?
É empregado ou é patrão?
É o carrasco, é o algoz
Perseguindo alguns de nós

Somos todos iguais
Diferentes dos demais
Nós não somos animais
Temos cores demais

Não há lei, não há cota
Jogou pedra na cruz
Não tem alma, é negro
Come tudo com feijão

Companhia é a dor
É o carrasco, é o algoz
Diferente dos demais
Mas por dentro é o mesmo

Chibatada nas costas
Pés descalços no chão
Tem o nome americano
Quem é esse cara então?


segunda-feira, 18 de maio de 2015

máscaras


Você tem muitos amigos
Mas nunca diga seus defeitos
Que eles viram inimigos
Simples causa e efeito

Num belo dia você decide
Acordar e dizer o que sente
E em menos de um minuto
Não é verdade, você mente

Eles querem que você seja só mais um
Concordando sem pensar, só mais um
Você tem que fingir pra ser só mais um
Mas não dá mais pra ser só mais um

Acorde pra vida que existe algo mais
As coisas que disseram tem que ficar para trás
E tudo que você fez, se foi de coração
Então é seu mérito, está com a razão

É hora de enfrentar, olhar além do espelho
Dizer tudo que pensa, será um pesadelo
Mas quando acordar, vai se sentir melhor
Deixa o peso, troca o fardo, assim é melhor

As mentiras atraem
E as verdades me traem
E as máscaras caem
As máscaras caem


quinta-feira, 14 de maio de 2015

professora ou doméstica?

Estava pensando aqui, quando meu pai era jovem o lance era casar com uma professora, pq além de status o salária era alto...rs, mas ele se casou com uma doméstica. Hoje em dia as diaristas ganham melhor, já os professores não valem um tostão furado. Será que aumentou o salário das domésticas ou baixou o salário dos professores? Houve sim uma aproximação de salários, e o governo pode ter melhorado algumas categorias, e apesar de quase todo mundo poder fazer um crediário nas casas bahia, quanto custa viver hoje?

quarta-feira, 13 de maio de 2015

o que sei

Eu não sabia que existe o amor
Mesmo onde não se pode imaginar
Mas eu sabia que o amor de verdade
É uma escolha difícil de aceitar

Eu não sabia que a maioria das pessoas
Com que gostamos de conversar
São aquelas que sabemos
Que nunca vão nos confrontar
Mas eu sabia que amigos de verdade
São aqueles que não mentem pra nós
E nos dizem que a verdade nem sempre é
Aquilo que queremos ouvir

Eu não sabia que existe paz
Mesmo quando se está em guerra
Mas eu sabia que os maiores conflitos
São aqueles que travamos dentro de nós

Eu não sabia que era possível
Envelhecer dez anos em doze meses
Pois não se deve medir apenas quantidade
Mas a intensidade da vida
Eu já sabia que nem todo mundo
Sente o tempo igual
Mas não faz mal, pois no tempo certo
As flores brotam no quintal

Eu não sabia em nome do bem
A gente é capaz de fazer o mal
Mas sempre desconfiei
Que é coisa humana
Isso de ser infernal

Cada dia que passa
Eu penso que sei mais
Leio livros e escrevo teses
Pra tentar explicar a vida
E mesmo com tanto saber
Apenas o que posso afirmar
É que sinto que nada sei
Mas ao menos isso eu sei que sei